sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Relato de Experiência em Saúde Mental


http://agoraparana.uol.com.br/cidade/pinhais/7231-pinhais.html

CAPS II de Pinhais resgata autonomia de seus usuários


Equipe do CAPS II Foto: Divulgação
Disponibiliza atendimentos com profissionais de diversas especialidades, como psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, assistência social e enfermagem
O CAPS II - Centro de Atenção Psicossocial de Pinhais possui atualmente 176 usuários, que são encaminhados de outros serviços da rede municipal de saúde, ou que buscam o tratamento de maneira espontânea. Com um quadro funcional de 13 servidores, disponibiliza atendimentos com profissionais de diversas especialidades, como psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, assistência social e enfermagem, e trata pessoas com transtorno mental grave e persistente.
Os usuários frequentam o CAPS em regimes que variam em: Intensivo - cinco dias na semana; semi-intensivo - três vezes na semana e não intensivo - três vezes ao mês, sendo que durante o tratamento será atendido por todas as especialidades. São realizados alguns procedimentos, que iniciam com o acolhimento, que é feito por profissional de nível superior, responsável por avaliar se o paciente apresenta transtorno mental grave e persistente, e será inserido no CAPS II.
Caso no acolhimento verifique-se a necessidade de tratamento adequado, são agendadas avaliações com os demais profissionais da equipe técnica que é composta por, um psiquiatra, uma psicóloga, uma terapeuta ocupacional e uma enfermeira. Após passar por todas as avaliações é definido em qual dos três regimes o usuário deve frequentar o CAPS II, intensivo, semi-intensivo ou não- intensivo.
O Projeto Terapêutico Singular é realizado pelo usuário e pela equipe como proposta para seu tratamento, para a melhora do seu quadro. Juntos traçam objetivos a serem alcançados, reavaliam os já conquistados e definem novas metas, a cada seis meses nos projetos terapêuticos singulares agendados.
Durante o tratamento existem os atendimentos em grupo, com grupos de educação, oficinas terapêuticas, geradoras de renda, culinária, e tantas outras, que auxiliam na recuperação do usuário. "A oficina de culinária é que mais tem mostrado resultados positivos, pois nela eles praticam a interação, a troca de experiências, conhecem a própria capacidade", ressalta a Psicóloga Jucemara Ferraz Rodrigues Anar, que coordena o Centro de Atenção Psicossocial. Além disso, são realizadas visitas domiciliares, atividades comunitárias, como participação de eventos, caminhadas, etc. Existem também os atendimentos para a família, as quais desempenham um importante papel na eficácia do tratamento.
Após o processo de tratamento e avaliação de cada etapa, quando chega momento para receber a alta, o usuário é encaminhado para o centro de especialidades, para acompanhamento de psiquiatra e psicólogo. "O tempo total de tratamento no CAPS II é variável, mas nossa meta é que não seja prolongado por anos, pois o principal objetivo é a inserção social e o resgate da autonomia do usuário", destaca Jucemara.

Conheça as histórias de usuários do CAPS II, Em seus depoimentos serão identificados apenas por suas iniciais
S.A.L tem 40 anos, foi motorista de ônibus e hoje está aposentado.
“Comecei a sentir alguns sintomas, como alucinações. Procurei tratamento e foi diagnosticado um quadro de transtorno bipolar e depressão profunda. Quando cheguei ao CAPS, em novembro de 2008 (S.A.L, brinca ao dizer que está com ótima memória), não conversava com ninguém, ficava isolado, e pensei até mesmo em suicídio. Meu convívio familiar estava péssimo, pois meu filho tinha medo de mim, e minha esposa intermediava nossa relação “, declara. Hoje prestes a receber alta do CAPS, S.A.L conta que no início tomava dez tipos medicamentos diferentes, e agora precisa tomar apenas dois. “Posso dizer seguramente, que se não fossem os profissionais do CAPS, e Deus, não estaria aqui falando com vocês. O trabalho de todos que me auxiliaram de alguma forma, salvou minha vida”. S.A.L, durante o tratamento aprendeu a fazer artesanato em E.V.A e hoje consegue ensinar outras pessoas, e ainda ganha um dinheiro extra.

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