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quinta-feira, 26 de abril de 2012
Variedades da Terapeuta Ocupacional Verônica: Terapia Ocupacional, locais de estágio (continuaçã...
Variedades da Terapeuta Ocupacional Verônica: Terapia Ocupacional, locais de estágio (continuaçã...: Nosso Estágio no Instituto Paranaense de Cegos No segundo ou terceiro ano da faculdade, não lembro bem, Com o Professor José, iniciamos ...
Terapia Ocupacional, locais de estágio (continuação)
No segundo ou terceiro ano da faculdade, não lembro bem, Com o Professor José, iniciamos o estágio no Instituto Paranaense de Cegos, na época, instituição de regime fechado, com raras excessões de usuários que sabiam ler, escrever e se locomover independentemente e mais jovens.
Os demais eram pessoas afastadas da família para "tratamento", e internadas no instituto, normalmente para o resto da vida. Ao lado, existia uma escola para crianças cegas ou com visão subnormal, até muito bem equipada, para crianças não residentes, algumas sim, onde aprendia-se as matérias normais de cada série, bem como, leitura, escrita e datilografia em Braille. Acredito que hajam poucos internos daquele tempo-1985.
Nossa primeira impressão ao entrar no instituto, é indescritível! Um misto de indignação, pena, não saber como reagir, como falar, palavras como :olha lá, veja bem, em cima da árvore, etc, eram como nada. A iluminação dentro do prédio era mínima, até para nós, que enxergávamos, lampadas de uns 15W, idosos que viveram sua vida inteira lá e houve os que faleceram. Na oficina de geração de renda, produziam-se vassouras de cipó e piaçava, artesanatos com sisal e outros. Quem podia, amava trabalhar, porém isso tinha um custo muito caro... Todas essas atividades, causavam grossos calos na ponta dos dedos, condenando-os ao analfabetismo, na época . Os grossos calos os impedia a leitura em braile pois livros auditivos eram de raro acesso, e poucos eram os voluntários que se dispunham a ler para os internos. Assim é tomavam conhecimento da palavra de Deus, das notícias, de coisas diferentes. Utilizei fotos atuais do instituto, pois não podíamos fazer fotografias.
Nas poucas pessoas que se vê, ainda se percebe a postura típica das pessoas com visão subnormal grave ou cegueira progressiva, todos com uma acentuada cifose, os adolescentes que atendi, já tinham essa deformidade praticamente fixa, coordenação motora acentuadamente defasada e principalmente uma carência afetiva grave, que era o que mais trabalhávamos com eles. Tivemos também que iniciar a educação sexual, sobre a qual não sabiam absolutamente nada. Lá aprendemos de novo que "o mais importante é o amor", como a bíblia diz.
Alegro-me com a notícias atuais do instituto, que vê-se a grande evolução e empenho de todos que o fazem ver e andar!
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