sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Hospital de Clínicas da UFPR -Curitiba - PR-continuação



Continuando o relato sobre minha passagem pelo HCUFPR, além de ter trabalhado no Centro Obstétrico, passei pelo andar da cirurgia gastroenterológica e nos meus únicos 20 dias de férias do último ano da faculdade, resolvi fazer meio período de estágio voluntário na unidade de Cirurgia Ortopédica Pediátrica.



 O Hospital de Clínicas, foi como o Hospital Erasto Gaertner, uma grande enciclopédia viva da saúde e da doença, sempre ficava indignada, como tantos estudantes de tantas áreas não enxergavam isso.

 Ainda no Centro Obstétrico, lembro que conforme escala, tínhamos que levar todos os dias as placentas, fetos mortos, e restos cirúrgicos ao Laboratório de Anatomia, passando por um corredor meio escuro. Para mim era fantástico, e dentro do laboratório, aproveitava ao máximo para ver novidades de todo tipo, confesso meu sonho era ser Legista.kkk. No horário que íamos nunca tinha ninguém. Vivo!
Meu estágio voluntário durou apenas vinte dias, pois eu trabalhava a noite no Hospital Nossa Senhora do Pilar e me sobrava apenas o período da manhã, para esse que era meu sonho, como futura Terapeuta Ocupacional: Terapia Ocupacional no Hospital Geral. Quando cheguei lá, no último andar, após longa  "viagem" de elevador histórico, com eventuais morcegos e muitas lendas (ou não), de fantasmas, acontecimentos estranhos e medo de cair, me deparei com cenas semelhantes à acima. Crianças de várias idades em enfermarias coletivas, na maioria confinadas ao leito por aparatos ortopédicos, longe de suas famílias e cidades, aciosas, deprimidas, carentes em todos os aspectos. Sim, pois por ser hospital escola, atendia principalmente casos raros, graves, em que já havia sido feito tudo e que não se encontrava cura. 
Eu, sozinha substituí um grupo de estagiários, assim sendo tive que priorizar. A maioria das atividades era em grupo, cada um no seu leito e quem andava ajudava os outros.
Jogávamos balões, brincávamos de STOP, desenho em grupo-um continuava o que o outro iniciara; cantamos, fizemos mímica, pantomima, concurso de caretas, atividades de higiene, mobilização ativa dos membros não lesados e contração isométrica do afetas, dançar sentado, deitado e muito mais!
O que aprendi com tudo isso? A ser uma Terapeuta Ocupacional de verdade, a amar o próximo como a mim mesma, ser muito, muito amada incondicionalmente por pessoas que nunca tinham me visto antes. Passei momentos felizes, tristes, fiz amigos que Hoje são médicos e enfermeiras aqui em minha cidade. Ganhei desenhos que tenho até hoje, pois são troféus. Recebi e dei muito amor e carinho.

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