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Cidades
Edição de domingo, 18 de março de 2012
Edição de domingo, 18 de março de 2012
Diversão que traz autonomia
Vídeo game é utilizado como importante instrumento de terapia e recuperação de crianças na Casa Durval Paiva
Fernanda Zauli
Terapeuta Alessandra Moreira diz que Wii é apenas um dos recursos que podem ser usados, mas comemora resultados alcançados com os pequenos pacientes. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press |
Aline tem sete anos de idade. Ela nasceu com uma doença chamada epidermolise bolhosa que causa bolhas e dificulta a cicatrização de machucados. A doença também impede o desenvolvimento dos membros e por causa disso ela não tem os dedinhos das mãos. Desde sempre Aline anda com diversas partes do corpo enfaixadas, uma forma de ajudar na cicatrização de algumas feridas e evitar a formação de outras. Com medo de se machucar ela sempre evitou brincadeiras que tivessem contato físico ou que oferecessem qualquer risco, por menor que fosse, à sua delicada pele. A mãe conta que Aline era calada, insegura, e relutava em interagir com outras crianças. Mas, há um ano, a vida de Aline começou a mudar. Uma terapia desenvolvida na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva ajudou na socialização de Aline e a transformou em uma menina sorridente, serelepe e participativa. O vídeo game é utilizado para auxiliar no desenvolvimento psicomotor dos pacientes.
O tratamento consiste em deixar a criança jogar. Parece simples, mas o vídeo game proporciona muito mais do que diversão para quem está em tratamento. "Aqui na Casa o maior objetivo da gente é proporcionar aos pacientes independência e autonomia com qualidade de vida. A gente cuida de crianças que tiveram a ruptura de sua rotina, que muitas vezes deixou de ser uma criança ativa e passou a ser uma criança passiva, dependente. A terapia Wii, com o console Nintendo Wii, ajuda na busca desse objetivo porque atua nas áreas física, cognitiva, social, é um recurso muito bom, novo no mercado, é uma ferramenta de reabilitação virtual", explica a terapeuta ocupacional Alessandra Moreira, responsável pela implantação.
A terapeuta complementa: "A terapia trabalha a coordenação motora da criança porque na dança, por exemplo, é preciso ter controle dos movimentos, em outros jogos como golfe ou boliche é preciso ter mira. A criança quando fica hospitalizada, acaba perdendo algumas habilidades em função da doença, em função do tempo de internamento, então a gente usa jogos específicos dentro dos limites de cada criança",
Os jogos aplicados na terapia variam de acordo com as necessidades de cada criança e vão desde boliche, vôlei, basquete, a jogos de dança e yoga. Os preferidos de Aline são os jogos de dança. No dia dessa entrevista ela chegou na Casa Durval Paiva se dizendo cansada, com dor nas pernas, mas quando a mãe disse que era dia de "Wii" Aline se animou na hora. Com desenvoltura e sem nenhum sinal de timidez ela dançou, pulou, rebolou, por mais de duas horas, sem parar. "Foi só eu dizer que ela ia jogar que até a expressão do rosto dela mudou", contou a mãe, Célia Costa, de 37 anos.
Adaptação
Quem conhece o vídeo game em questão sabe que ele funciona a partir de comandos de um controle, o que poderia ser um empecilho para Aline já que ela não tem os dedinhos das mãos. Poderia, mas não é. A terapeuta ocupacional Alessandra Moreira prende o controle nas mãos de Aline amarrando com o auxílio de faixas e esparadrapo. A partir daí é só começar ajogar. "Essa adaptação que a gente fez para a Aline conseguir jogar é uma tecnologia assistiva a partir do momento em que é utilizada para assistir à necessidade dela. Ela já precisava de um adaptador para se alimentar, pegar as coisas, abrir a geladeira, e agora para jogar", afirmou a terapeuta. A mãe da pequena Aline, Célia Costa, 37, se diz surpresa com o desenvolvimento da filha com a introdução da "terapia Wii" no tratamento. "Ela era muito travada, tinha muitas limitações, com o vídeo game ela começou a dançar, foi se soltando, começou a ter mais controle sobre seus movimentos, esse tratamento é uma benção", disse.
Alessandra Moreira explica que o vídeo game é apenas um dos recursos da terapia ocupacional que podem ser utilizados no tratamento das crianças da Casa Durval Paiva. Segundo ela, não é possível substituir uma terapia convencional somente por Wii. "A reabilitação virtual veio a somar com a terapia ocupacional, não quer dizer que com Aline, por exemplo, eu trabalhe só com o Wii. Esse é apenas um recurso dentro das várias opções dentro da terapia ocupacional".
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